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Museu Arquidiocesano Dom Joaquim

ROTEIRO DE VISITAÇÃO

VISITAÇÃO GUIADA AO ACERVO DO

MUSEU ARQUIDIOCESANO DOM JOAQUIM

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Este material tem por função auxiliar professores e coordenadores durante a visita com alunos das escolas municipais ao Museu Arquidiocesano Dom Joaquim, através da seleção de peças do acervo, cada uma acrescida de um texto explicativo e sua devida localização.

As peças foram escolhidas pelos professores assessores das disciplinas de História, Geografia, Artes, Matemática e Educação Física, de forma que cada uma das obras apresentadas está dentro das habilidades trabalhadas nos planejamentos escolares, tornando a visitação o mais interdisciplinar possível.

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Projetado pelo Pe. Jacó Gabriel Lux, o atual prédio que abriga o Museu foi idealizado para ser um hospital. Construído entre os anos de 1905 e 1907, dentro de um estilo chamado Backsteinexpressionismus, um modelo de construção em tijolos, originário da Alemanha, mas que contem elementos do gótico (como a lanterna e a agulha no topo do telhado) e românicos, como os arcos das portas e dos interiores. É de Pe. Lux o projeto e a construção do prédio que abrigaria o Seminário de Corupá, que guarda semelhanças com o prédio de Brusque.

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Antes ser transformado em museu, ele serviu como hospital e Seminário. O atual museu foi inaugurado no dia 03 de agosto de 1960, sob comando do Pe. Raulino Reitz.


Atualmente o Museu é dividido em três coleções, distribuída polos três pavimentos. No piso térreo está a coleção de História Natural; primeiro piso fica com a coleção de Arte Sacra e o sótão concentra a coleção de História do cotidiano.

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PISO TÉRREO - HISTÓRIA NATURAL

Uma coleção de história natural é um conjunto organizado de espécimes ou objetos relacionados à natureza, que são coletados, preservados e exibidos com o propósito de estudo, pesquisa e divulgação. Essas coleções são compostas por uma variedade de materiais, como animais taxidermizados (empalhados), material arqueológico, fosseis, etc...

As coleções de história natural em museus têm como objetivo principal documentar e representar a diversidade biológica, geológica e paleontológica do planeta. Elas são uma forma de preservar espécimes e objetos raros, muitas vezes provenientes de expedições científicas, doações ou trocas entre instituições. Esses acervos podem ser resultado de pesquisas científicas, do trabalho de naturalistas, colecionadores ou entusiastas da natureza ao longo do tempo.

Essas coleções desempenham um papel fundamental na pesquisa científica, permitindo que os pesquisadores estudem a morfologia, a distribuição geográfica, a diversidade genética e outros aspectos das espécies. Além disso, elas também servem como um recurso valioso para a educação, proporcionando aos visitantes do museu a oportunidade de conhecer de perto a variedade de formas de vida e a evolução ao longo do tempo. A coleção exposta no Museu de Azambuja é composta, em sua maioria, por materiais coletados pelo professor Pe. Raulino Reitz, botânico de formação e pesquisador, em suas viagens pelo estado e pelo Brasil.

PISO TÉRREO - História Natural

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Sala das Aves

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Sala dos Mamíferos

Secretaria

Biblioteca

Arqueologia

Geologia

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Entrada

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1 - Crânios Sambaquianos

Sequência de crânios de nativos sambaquianos (habitantes de sambaquis) originários da região de Tubarão – SC. Idade aproximada de4 e 5 mil anos. A sequência deve ser observada da direita para a esquerda:

A – Crânio como é encontrado no sítio arqueológico. A terra encobre toda estrutura, tornando difícil de identificar alguma característica específica.

B – Crânio já fora do bloco de terra original. Agora já é possível observar os danos dos ossos, a presença de vários materiais, tais como conchas, ossos, raízes.

C – Ossos já limpos em laboratório. Identificação e seleção dos materiais.

D – Material já pronto para exibição. Montagem dos ossos permitem a observação das características do indivíduo. A análise dos materiais encontrados junto aos ossos passam a fazer mais sentido dentro de um contexto.

2 – Zoólitos

Objeto produzido pelos habitantes dos sambaquis, possivelmente sob um contexto religioso. Os Zoólitos são peças feitas de pedra reproduzindo animais (dai o nome Zoólito: animal de pedra). São confeccionadas polindo-se blocos de rocha até chegar ao formato desejado, sem o uso de ferramentas de metal.

Cada zoólito pode consumir de centenas até mais de mil horas de trabalho humano, dependendo no tamanho e do nível de detalhamento da peça. Uma característica peculiar é possuírem um fundo côncavo, cuja função não se conhece.

Podem aparecer nos mais variados formatos, mas sempre ligados a fauna local: peixes, pássaros, golfinhos, tubarões, pequenos mamíferos, etc…

Em nossa exposição estão dois zoólitos: um pássaro e uma figura sem um formato definido, possivelmente representando uma água-viva ou algum animal invertebrado marinho.

3 - Urna Funerária

Urna Funerária de idade desconhecida. Possível que seja do séc XVII ou XVIII ou mesmo anterior. Este material funerário foi encontrado nos anos 50 na região de Porto Belo. Retirado sem nenhum cuidado, acabou muito danificado, sendo que metade do material cerâmico está muito fragmentado.

O mesmo aconteceu com os restos mortais que estavam dentro da urna.

O padrão externo da urna indica origem Tupi Guarani, e guardava os restos mortais de um homem. Não temos uma aferição da idade deste sepultamento. Tanto os ossos como a urna funerária foram entregues ao museu, estando guardados na reserva técnica.

4 - Ossos de baleia

Ossos de uma baleia da espécia Jubarte (Megaptera novaeangliae), animal que pode alcançar até 16 metros de comprimento e pesar mais de 20 toneladas. Como todo mamífero, as baleias respiram ar, por isso precisam subir constantemente a superfície para respirar. É mito que as baleias saltam água pelo orifício nasal (o “buraco” sobre a cabeça), trata-se de uma ilusão causada pela respiração: quando o animal sobe para respirar, ele solta o ar que estava em seus pulmões, a água que estava sobre a cabeça do animal é soprada junto. Outro fator é a condensação.

Baleias são animais de sangue quente que geralmente vivem em águas frias. O ar soprado, cheio de vapor, condensa em contato com o ar frio externo, ampliando o efeito “chafariz”. Os ossos são parte da mandíbula inferior (grande osso longo ao fundo), parte do crânio (grande osso em primeiro plano. O furo redondo é o local onde o crânio se encaixa com as vértebras da coluna (4 ossos a frente). Encostada na parede vemos uma das costelas. Entre as vértebras e a costela podemos ver 3 omoplatas (ossos do ombro), o que indica que ao menos um desses ossos veio de um animal diferente. As nadadeiras peitorais das baleias são, na verdade, patas adaptadas, ainda possuindo os resquícios de dedos em seu interior. A cauda das baleias não tem ossos.

5 - Aves Diversas

Animais taxidermizados provenientes de zoológico. A grande maioria dessas aves são originais da Mata Atlântica e da nossa região. Alguns são amazônicos, com atenção especial para as Arpias (grande ave no canto superior da sala, também chamado de Gavião Pega Macaco) e para o Tucano Toco (grande tucano de peito branco)

Tucano de Bico Verde (Ramphastos dicolorus)

Tucano de Bico Preto (Ramphastos vitellinus)

Coruja de Igreja, Suidara, Coruja das Torres (Tyto furcata)

Aracuã Escamoso (Ortalis squamata)

6 - Mamíferos diversos

Animais taxidermizados provenientes de zoológico. A grande maioria pertencente a espécies da Mata Atlântica e da nossa região. Praticamente todos os grandes mamíferos foram eliminados de nosso município devido a caça excessiva. Em especial a Anta, Veados, Jacaré de Papo Amarelo Onças (tanto a Pintada como a Parda). A Onça Parda também é conhecida por outros nomes: Suçuarana, Onça Baia, Leão Baio, Puma…

As capivaras também foram eliminadas. Os animais que hoje são encontrados junto ao rio não são originais. Começaram a chegar nos últimos 15 anos vindas de outra áreas de Santa Catarina, provavelmente do Rio Itajaí Açu.

O grande couro de sucuri no alto da parede não é original da nossa região, assim como a piranha preta. Ambos são oriundos do Mato Grosso.

1 - Quadro original de Nossa Senhora do Caravaggio;

Pintura óleo sobre tela, datada de 1902, obra de Hector Isidoro Rudolfo Radici, com as medidas de 120 cm de altura por 96 cm de largura, sem contar a moldura.

A pintura retrata o encontro de Nossa Senhora com Joaneta Varoli, uma camponesa, fato supostamente ocorrido em 26 de maio de 1432, próximo Caravaggio, norte da Itália atual.

Joaneta (possivelmente o nome seria Joana, sendo Joaneta um diminutivo) era esposa de Francisco Varoli, homem rude que a maltratava e humilhava constantemente.

A partir da aparição, houve, segundo os relatos, uma alteração de comportamento do marido em relação a esposa.

A mensagem que Maria teria deixado para Joaneta está cheia de referencias a divisões políticas e religiosas que a região e a própria Igreja Católica vivia durante o período.

A pintura retrata o encontro, com Joaneta ajoelhada aos pés de Maria, tendo ao fundo a igreja de Caravaggio. Abaixo encontra-se a inscrição B. V. DI CARAVAGGIO (Buona Vigine – Boa Virgem – de Caravaggio).

Quadro antes da restauração

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O quadro esteve exposto na Capela de Nossa Senhora de Azambuja por muitos anos, até ser transferido para a Gruta, permanecendo no local até o ano de 1987, quando foi transferida para o Museu Arquidiocesano Dom Joaquim. Antes da chegada desta pintura, havia uma outra, trazida diretamente da Itália, (entre 1875 ou 1885, não se sabe ao certo) oferecida por uma condessa italiana Bianca Brambilla.

Não se sabe se era uma pintura ou uma reprodução impressa, mas esta obra acabou se perdendo. A pintura de Radici, que atualmente está exposta no Museu, foi “restaurada” na década de 1940, mas sem grandes cuidados, o que acabou por alterar a imagem original.

Aqui pode se ver a diferença entre a imagem atual (1) e a imagem antes da restauração (2). Alterações importantes foram feitas no:

Manto

Rosto

Posicionamento das mãos

2 - Quadro italiano "Ateliê de pintura"

Produzido em Roma, o quadro foi adquirido em 1927 por Dom Joaquim, que o manteve no Palácio Episcopal (Florianópolis) até ser doado ao museu em 1967, por Dom Afonso Niehues.

Medindo 130 cm de altura e 224 cm de largura, sem contar a moldura, o quadro retrata um monge franciscano pintando um quadro de um cardeal – que está sentado a sua frente - mas acabou adormecendo.

Quadro “Ateliê de pintura”

130 cm de altura X 224 cm largura

A obra mostra os detalhes do ambiente de trabalho, um ateliê de pintura, onde vários objetos usados para compor senários. É interessante observar um destes senários, uma natureza morta, composta por uma garrafa de vinho e uma bandeja de frutas, montados ao fundo, como se esperando o artista para o trabalho.

Produzido por um pintor identificado como Rucentini, é possível ver os detalhes do trabalho, onde o artista usou varias técnicas, tais como bastões de carvão e lápis, assim como cores que lembram, em alguns pontos, aquarela enquanto usa tinta a óleo em outras.

3 - Quadro de Henrich von Graf -Sagrada Família

Obra de Henrich von Graf (1859 - 1934), pintor alemão que viveu no Brasil entre os anos de 1910 até seu falecimento. Entre os anos de 1917 e 1918 esteve internado no Hospital Psiquiátrico de Azambuja (Hospício de Azambuja). Durante este período, produziu ao menos seis obras conhecidas, sendo que três estão no acervo do Museu Arquidiocesano Dom Joaquim, e as outras três em um acervo particular.

A obra apresenta as três figuras que compõe o tema, José, Maria e o jovem Jesus. Vários símbolos estão espalhados pela composição, a começar pela prevalência de três cores: azul, símbolo de Maria, significando amor, sinceridade e piedade, o azul mais escuro, presente nas vestes de José, significa a realeza; o vermelho representa a caridade e o martírio pela fé, e o branco, nas vestes da criança, que representa a pureza, castidade e inocência.

Quadro “A Sagrada Família”, 1917

Óleo sobre papelão

64 cm de altura X 58 cm largura

Além das cores, temos também o lírio, na mão de José. A flor simboliza a estação em que José morreu (a primavera no hemisfério norte), além de ser símbolo da pureza e da natureza. Já nas vestes de Maria estão representadas estrelas estilizadas. As estrelas são um símbolo de Maria, muitas vezes usados como identificação da personagem e apresentadas dentro da aureola. No caso de Jesus, ele está com sua mão direita levantada.

Os dois dedos identificam a dupla identidade de Jesus: divino e humano. Além disso, os dedos também informam que ele está passando a palavra, ou seja, evangelizando, embora este significado esteja mais ligado a outros personagens. Atrás do menino, cruzes estilizadas adornam o fundo vermelho. Tradicionalmente, uma forma de identificar um personagem como sendo Jesus é uma cruz atrás de sua cabeça.

4 - Quadro de Henrich von Graf – Última Ceia

Nesta obra, Henrich Graf um tema bastante popular na arte religiosa: A Última Ceia

A Última Ceia.

Óleo sobre tela, 1918

65cm de altura X 98Cm de largura (sem a moldura)

Nesta pintura, podemos notar a prevalência de cores mais escuras nas laterais, prevalecendo o ocre e o marrom, enquanto nas partes mais centrais as cores mudam para o amarelo azul, verde e branco. Jesus, figura central, veste o tradicional branco, segurando a taça enquanto entrega o pão eucarístico. A luz entorno de sua cabeça faz o papel de aureola. Os apóstolos estão sentados em torno da mesa, divididos em dois grupos, um a esquerda e outro a direita.

Embora tradicionalmente todos são figuras masculinas, podemos claramente identificar alguns rostos com feições femininas. Além disso, é perceptível que o artista dedicou grande esforço para compor os rostos com detalhes e sinais de expressão. Isso se deve ao fato desses rosto terem sido inspirados nos internos do hospício, ou seja, eram pessoas reais que faziam parte da vida do pintor.

Como não haviam só homens internados na instituição, é muito plausível que o artista tenha usado rostos femininos na sua composição.

O próprio autor aparece na obra, na forma de um autorretrato: ele é o homem de pé, calvo e barba branca, que olha para o expectador.

Uma ultima figura aparece ao fundo, no lado esquerdo: uma pessoa ruiva, de costas, indo em direção a porta de um modo furtivo, enquanto olha sobre os ombros de maneira desconfiada. Trata-se de Judas, saindo para trair Jesus. Este personagem, segundo uma antiga história sobre a obra, foi inspirado em um enfermeiro que maltratava os internos do hospício. Sem poder fazer nada no plano real, Henrich o imortaliza como o traidor, modo na qual permanecerá para sempre.

5 - Quadro Nossa Senhora da Penha ou Nossa Senhora da Penha de França

Painel de autor desconhecido, provavelmente do meado dos séc. XIX. Tinta a óleo sobre madeira e papel.

O quadro retrata a figura de Nossa Senhora de Penha com o Menino Jesus no braço esquerdo, usando tradicional manto azul, referência ao céu, sobre uma túnica branca, símbolo da pureza. A sobretúnica vermelha simboliza a paixão e o sofrimento. Sobre suas cabeças, as coroas representam a regência, rainha e rei do céu e da terra.

Abaixo dos pés de Maria encontram-se o globo terrestre e a cobra, símbolo do mal original. O fato de maria manter a cobra sob seus pés simboliza a vitória sobre o mal.

A obra apresenta-se muito escurecida devido a oxidação do verniz protetor.

O globo (representando o mundo) e a serpente sob os pés de Maria: símbolo de dominância.

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6 - Quadro Santo Expedito (?) (soldado romano)


A obra, provavelmente, retrata Santo Expedito. Expedito fora um comandante romano que na iconografia religiosa é representado com um ramo de palmeira na mão esquerda e uma cruz na mão direita. Contudo, como o ramo de palmeira representa a vitória de um mártir, e a obra não apresentar nenhuma outra referencia a Santo Expedito, pode ser que represente um soldado romano que morreu como mártir do cristianismo.

Pintura

Óleo sobre tela, 1950

58 cm de largura x 79 de altura.

Autor: Mario Barberis – Roma

Foi produzida sob encomenda do Pe. Luis Adans.

7 - Crucifixo de madeira com detalhes em prata e ametista

Este crucifixo em estilo Barroco, produzido durante o sec. XVIII com as dimensões de 54 cm de altura e 37 cm de largura. Possui ornamentos em prata, mui habilmente trabalhada e adornada com uma ametista. Este tipo de ornamentação é bem característico do estilo Barroco.

A cruz é feita em marchetaria, com madeiras em tons diferentes, produzindo um efeito de tons claros e escuros. O corpo crucificado é talhado em madeira, respeitando as proporções do corpo humano, característica herdada do período renascentista, e recoberto com uma camada de gesso, tinta e verniz.

O tema iconográfico é referente ao "Senhor da Agonia", descrevendo o momento da morte de Jesus. A expressão no rosto de Jesus retrata a dor e o medo perante a morte iminente.

A peça foi doada ao Museu pelas Irmãs da Casa de Saúde São Sebastião, de Florianópolis.

8 - Nossa Senhora da Piedade – Pietá

Escultura em estilo Barroco reproduzindo o tema "Nossa Senhora da Piedade" representando Maria segurando o corpo de Jesus morto, logo após a retirada da cruz. 29 cm de altura por 27 cm de largura e 23 cm de profundidade. Produzida em madeira e recoberta de gesso, tinta e verniz, colorida em tons dourados, simulando folhas de ouro, característico do estilo Barroco.

Não se conhece sua origem nem o ano de produção, mas é muito provável que seja de meados do século XIX.

9 - Maria Madalena dobre as rochas – arte barroca

Peça em estilo Barroco, contudo produzida entre o fim do séc. XIX e inicio do XX. Possui 58 cm de altura, 97 cm de largura e 38 cm de profundidade. A escultura de madeira, coberta por gesso, tinta e verniz claramente fazia parte de uma obra maior, constituída de várias peças separadas que montadas criariam um diorama, muito provavelmente a cena da crucificação de Jesus, já que a obra refere-se a Maria Madalena chorando aos pés da cruz.

Visualize algumas obras em 3D

São Luis Gonzaga

Nossa Senhora com Menino Jesus

São Sebastião

São José com Menino

Busto de São José

Sótão- História da Colonização de Brusque e Santa Catarina

Objetos de Brusque- Períodos Imperial e Republicano (fim séc. XIX/início séc. XX

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Objetos e utensílios indígenas de SC

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Indústria Têxtil de Brusque

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Casa do Imigrante Catarinense

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1– Carta assinada por Dom João VI – Príncipe Regente – 1808

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Interessante documento do inicio do Sec. XIX e ligado a história do Brasil: Trata-se de uma carta de promoção de um certo João Batista da Silva Guimaraens ao posto de Alferes do Quinto Regimento de Milicia da cidade do Porto. O documento, datado de 13 de setembro de 1808, traz algumas curiosidades, principalmente a forma da grafia, a mão, em bico de pena e nanquim e, bem ao centro, com destaque, a assinatura de próprio punho do então Príncipe Regente Dom João VI, que mais tarde se tornaria Rei de Portugal, Brasil e Algarves. Vale apontar que nesta data, o então Principe Regente estava no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro, local em que havia chego com a corte, funcionários e sua família (a mãe, a Rainha Dona Maria I, a esposa, Dona Carlota Joaquina e seus nove filhos, incluindo Dom Pedro IV, que mais tarde se tornaria Dom Pedro I do Brasil).

Carta assinada por Dom João VI – Príncipe Regente – 1808

(transcrição)

Em Nome de Nosso Príncipe Regente Nosso Senhor

A Junta Provincial do Governo Supremo, Instituída nessa cidade , atendendo aos merecimentos e mais (?) partes, que convertem na pessoa de João (ilegível) da Silva Guimaraens sargento da Terceira Companhia de Regimento de Milícia desta cidade, esperar que servirá com distinção: Há por termo (?) measte (?) como por esta nomeia no Posto de Alferes da Quinta Companhia do mesmo Regimento; cujo posto será e servirá em quanto Sua Alteza Real e a Suprema Junta o houver por bem, não mandar o contrário, e (ilegível) ele haverá o soldo que lhe competir, todas as honras, privilégios e liberdades (?) (ilegível) em...oeny (?) , enfra...quezas (?), que direitamente lhe pertencerem. Pelo que ordena (?) ao Brigadeiro, encarregado do governo das terras(?) do Partido(?) desta dita Cidade, que mandando lhe dar posse(?) do dito Posto, jurando (?) primeiro de satisfazer as suas obrigações e deixe (ilegível) exercitar (?) o Coronel do dito regimento, e oficiais maiores o tenham reconheçam por tal Alferes, os Oficiais inferiores, soldados que lhe forem subordinados lhe obedeçam, e quandem ficar ordens no que tocar no Real Serviço, tão inteiramente como devem, são obrigados essoldo referido despertará nos livros a que pertencem para lhe ser pago nos seus tempos devidos.

Em firmeza do que lhe passare (?) a presente carta Patente declara (?) com o selo da Armada Real assinada pelo Presidente (ilegível) da mesma Suprema Junta, que registrará nos livros competentes (ilegível) Cidade do Porto aos treze de setembro do ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e oito.

Assinatura do Príncipe Regente

Assinaturas

Potento(?)mporque a Junta Provincial do governo Supremo promove ao posto de Alferes da Quinta Companhia de Regimento de Milicia desta

cidade a João Batista da Silva Guimaraens, sargento da Terceira Companhia do mesmo Regimento, como acima se declara.

2 – Figuras de Proa (detalhes das duas figuras)

As figuras de proa são imagens esculpidas que ficavam na frente (proa) dos antigos navios que singravam os oceanos do planeta. As figuras foram comuns entre os seculos XVI e XX e tradicionalmente estavam ligadas ao nome da embarcação. As figuras apresentadas eram bem diversificadas, variando de região para região. As mais tradicionais eram as figuras femininas, mas poderiam ser animais (leões, águias, conhas), divindades (Posseidom) ou apenas símbolos, como estrelas e emblemas nacionais.

As duas figuras apresentadas pertenceram a dois navios diferentes, ambos europeus, em meados do séc. XIX, mas construídos em países diferentes e com materiais diferentes. A maior, feita em carvalho, em uma peça única, representa uma mulher vestida em um vestido bem paramentado, com muitos bordados, brocados e enfeites. Seus cabelos estão cobertos por um lenço, enquanto um grande par de brincos redondos enfeitam suas orelhas.

O peito é marcado por um broche bem trabalhado na altura do pescoço e um grande enfeite na frente dos seios. Um longo cordão recai até a cintura, evidenciando um pingente de bom tamanho. Os braços, bem junto ao corpo (facilitando o trabalho do artesão na hora da confecção da obra) segura um leque na mão esquerda enquanto na mão direita há um discreto anel.

A segunda imagem, feita em madeira de pinheiro, é menor mas também com vários detalhes de interesse. Retrata uma jovem mulher, de logos cabelos cacheados, marcados por uma coroa de folhas, e com uma roupa bem simples, do tipo que uma camponesa usaria. Não usa nenhuma joia, seu vestido é marcado por uma corda que faz o papel de cinto, amarrada na cintura. Diferente da figura anterior, seus braços não estão encostados no corpo, mas ambos estão faltando, o esquerdo na altura do cotovelo, o direito no pulso.

Observando com atenção o posicionamento dos braços podemos perceber que ela segurava algo, o que fica mais evidente ao observar um encaixe sob o seio direito da figura. Não sabemos o que ela poderia ter em suas mãos, podemos apenas fazer conjecturas: Seria um cesto? Um vaso? Ou seria uma placa com o nome do navio? Nunca saberemos.

3 - Relógio da torre – Pendulo com Contrapeso

Relógio produzido na França, aproximadamente em 1880, exclusivamente para ficar na torre da Igreja Matriz Católica do Brusque. Trata-se de um grande Relógio de Pendulo, que utiliza contrapesos como fonte de energia.

Baseando-se no princípio do movimento do pêndulo, que mantêm um movimento contínuo sempre dentro de um mesmo tempo, que vai liberando e controlando o movimento das engrenagens através de um sistema chamado de ancora.

Um detalhe interessante está no mostrador, que marca as horas em números romanos. Contudo o número 4 está grafado de forma diferente ao que é padrão nos dias atuais.

Contudo, ele não está errado: na época em que o relógio foi construído, esta forma de grafia era aceita. O relógio estava ligado ao sino, possivelmente por um sistema de Carrilhão, que controlaria o toque.

4 - Sino da Matriz antiga

O sino é uma peça fundamental para a história da religiosidade católica assim como para a própria história do município. Produzido na Alemanha, no ano de 1866 (requer confirmação) é construído em liga de Bronze, pesa aproximadamente 110 quilos é afinado em Mi, foi feito sob encomenda de Pedro José Werner e Pedro Heil, contudo o sino foi pago pelo então Imperador do Brasil, Dom Pedro II. Isso se devia a proximidade política que o governo imperial tinha com a Igreja Católica. Como demonstração desta proximidade, o Imperador “doava” os sinos para todas as igrejas. Vale lembras que a igreja só se torna consagrada a partir da instalação e benção do sino. Assim, o sino possui no seu corpo a cruz cristã de um lado e o brasão do Império do outro.

Na parte de trás do sino há uma inscrição em alemão:

"Ana Suzana ich bin Gennant

Brusqwe ist mein Vaterland da wilch bleiben

will alle wetter am himmel vertreiben"

"Ana Suzana é como me chamo,

Brusque é minha terra natal, onde desejo ficar,

para de todos os climas do céu (tempestades?) afugentar"

Essa frase permite que saibamos que este sino possuía um nome - Ana Suzana - e que sua finalidade estava muito acima de apenas chamar as pessoas para os cultos religiosos: ele serviria de alarme contra as tempestades e, principalmente, as cheias, que naquela época eram muito comuns.

5– Imagens de Dom Pedro II e da Imperatriz Tereza Cristina das Duas Sicílias

Retratos do Imperador Dom Pedro II e de sua esposa, a Imperatriz Dona Teresa Cristina das Duas Sicílias. É importante fazer a conexão entre a realidade política durante o período imperial e o surgimento da colonia Itajay-Brusque, que mais tarde se transformará neste município.

6 – Arcos e flechas indígenas

Artefatos de origem indígena. Quando de chegada das primeiras levas de imigrantes de origem europeia, a partir de agosto de 1860, a região passou a sofrer com o choque cultural entre europeus e nativos. A etnia que habitava a região naquele momento era a dos Xokeng, falantes de uma língua do ramo Jê, cuja vida seminômade era dividida entre o alto da serra e o litoral. Vivendo exclusivamente da floresta, esta cultura acabou por ser forçada a enfrentar os novos habitantes da região, alocados aqui a partir de um propósito governamental (fazer a ligação do litoral ao interior do estado) e que tinham como forma de sobrevivência ao extrativismo vegetal, mineral e a agricultura, o que inevitavelmente os faria derrubar a cobertura vegetal tão necessária para a sobrevivência dos povos originários. Além disso, os novos colonos passaram a caçar os animais silvestres de forma indiscriminada, o que resultaria na eliminação de muitas dessas espécies, principalmente as de grande porte (antas, veados, porcos, capivaras, etc…). A violência foi inevitável e totalmente desproporcional. Os imigrantes, através da ajuda do Estado e de caçadores contratados, eliminaram quase até o ultimo indivíduo dos povos nativos, algo que nos dias atuais seria classificado como Genocídio. Os objetos aqui expostos, em sua grande maioria, não representa os grupos étnicos regionais, tendo sido confeccionados por indígenas da região norte e centro oeste.

7 – Equipamento para fabricação de seda

Este curioso equipamento é um desenrolador de casulos, usado na fabricação de fios de seda. Durante o inicio do sec. XX foi feita uma tentativa de criar e produzir seda na região de Nova Trento. Era uma iniciativa que buscava gerar uma nova fonte de renda para os agricultores locais, uma vez que a região, marcada por uma geografia muito irregular, com muitos vales e morros ingrimes, é inadequada para a produção agrícola de grande porte. Infelizmente, a criação do bicho da seda e a fabricação fio não se mostrou rentável e a iniciativa acabou sendo abandonada, mas demonstra a preocupação dos moradores locais em buscar novas formas de produção conforme a cidade foi se desenvolvendo. Brusque, que inicialmente fora criada para ser uma vila de agricultores, acabou por desenvolver um parque industrial que permanece até os dias atuais.

8 – Tear manual de madeira

Tear mecânico produzido em madeira. Essa foi a primeira ferramenta que propiciou a criação da indústria têxtil em Brusque, nos anos finais do sec. XIX. Produzida praticamente com madeiras encaixadas, sem o uso de pregos ou peças de ferro (artigos caros na época), era movimentada por força humana, fazendo do tecelão a sua fonte de energia para movimentar seus mecanismos. O tecido ali produzido serviriam para diversas finalidades, da produção de roupas e enxovais a produtos para uso cotidiano.

9 – Marquesa (namoradeira)

Dentro das casas dos moradores um pouco mais abastados da vila de Brusque (e de outras cidades também) a vida seguia em um ritmo muito diferente dos dias atuais. As tecnologias disponíveis eram, na grande maioria dos casos, releituras de objetos que já se usavam a séculos, os materiais eram basicamente os mesmos, madeira, couro, tecido, cerâmica e metal, e a própria casa era desenvolvida de modo a atender uma cultura própria, com regras de etiqueta e de convivência muito diferente ao que estamos acostumados.

cultura própria, com regras de etiqueta e de convivência muito diferente ao que estamos acostumados.

10 – Escarradeira

As escarradeiras eram objetos cotidianos na sociedade brasileira durante o séc. XVIII e XIX. Estavam presentes nas casas e em estabelecimentos comerciais, bares, restaurantes e departamentos públicos. Seu uso era devido ao uso popular do fumo de mascar, cuja saliva era cuspida dentro destes recipientes. O objeto exposto em nosso museu é um modelo cerâmico muito decorado com temas florais. Tem como principal característica a presença de tres cabeças de leão com as bocas abertas. Estas aberturas eram para facilitar a limpeza do objeto.